21/06/2010

Flúor, fluorose dentária e outras questões.

Penso que este é um tema que levanta várias dúvidas relativamente ao procedimento mais correcto a tomar, tanto mais quando também se fala da sua toxicidade, quando ingerido em excesso.
Certamente quem tem filhos, em idade de desenvolvimento dos dentes, já reflectiu sobre o assunto, ouviu opiniões e terá, ou não, chegado a uma conclusão. Por isso, com base num pequeno artigo que em tempos retirei de uma revista (à qual não faço referência, pois não retive essa informação) e em mais alguma informação que, entretanto, fui obtendo, vou tentar ajudar a clarificar aquilo que penso serem as duas correntes dominantes, relativamente à saúde oral, com particular incidência sobre a saúde oral dos mais novos.
Mas primeiro:

1- O que é a fluorose?
“A fluorose dentária é um defeito do esmalte dos dentes causado por um excesso de flúor na altura do seu desenvolvimento, ainda antes de estes terem erupcionado. O esmalte do alterado e, dependendo da gravidade, pode apresentar manchas brancas ou até mesmo castanhas. A fluorose aparece se a criança engolir demasiado flúor para o seu peso, durante os anos de desenvolvimento dos dentes. O maior factor de risco para o aparecimento da fluorose é a quantidade de flúor ingerido a partir de todas as fontes, durante o período crítico da formação dos dentes. Por exemplo, para os incisivos centrais superiores permanentes o período crítico é entre o ano e meio e os dois anos e meio de idade. O excesso pode ocorrer através da suplementação sistémica em gotas ou comprimidos associada à ingestão de pasta de dentes pela criança. A fluorose pode ser prevenida através de um bom controlo do flúor ingerido pela criança, controlando a quantidade de pasta de dentes usada e encorajando sempre a criança a cuspir a pasta. A idade mais crítica é entre os dois e os quatro anos de idade – a criança ainda não sabe bochechar bem e engole a pasta (nesta altura os incisivos e os primeiros molares permanentes estão a ainda em formação no osso e serão os dentes que poderão ser afectados pela fluorose).”

2- De acordo com uma circular informativa do Infarmed - Circular Informativa N.º 169/CD Data: 10/10/2008:
“As pastas dentífricas com flúor destinadas a crianças foram objecto, a nível Europeu, de recente reavaliação relativamente ao risco, tendo culminado com a transposição da respectiva Directiva (Directiva 2007/53/CE de 29 de Agosto de 2007) para o Decreto-Lei nº 189/2008, de 24 de Setembro.
Efectivamente, o desenvolvimento do esmalte do dente em fase pré-eruptiva pode ser alterado por diversos factores, entre eles o excesso de flúor. O flúor absorvido em excesso pode causar fluorose, manifestando-se no aparecimento de manchas brancas e acastanhadas do esmalte que são irreversíveis.
Dado que, em crianças com menos de 6 anos e sem adequada supervisão parental, a deglutição de pasta dentífrica contribui para a quantidade de flúor ingerido, foi decidido acrescentar a seguinte advertência na rotulagem dos dentífricos, desde que não seja contra-indicada para crianças:
“Crianças com idade igual ou inferior a 6 anos: utilizar uma quantidade do tamanho de uma ervilha, com supervisão durante a escovagem para minimizar a deglutição. Se estiver a tomar flúor proveniente de outras fontes, consulte o seu médico dentista ou médico assistente”.Os fabricantes, a pessoa por conta de quem o produto é fabricado ou o responsável pela colocação no mercado devem providenciar para que, a partir de 19 de Março de 2009, só possam estar disponíveis ao consumidor pastas dentífricas contendo 0,1 a 0,15% de flúor que incluam a advertência referida, excepto se já constar a indicação, por exemplo, “Unicamente para adultos”.
O INFARMED, I.P alerta os profissionais de saúde e os consumidores para a necessidade de verificação da informação constante das pastas dentífricas com flúor.”

3- Duas abordagens básicas para a saúde oral

Escovar os dentes

A existência de bactérias na cavidade bucal é uma situação perfeitamente normal. Porém, quando o número de bactérias de torna excessivo, quebra-se o equilíbrio existente e podem surgir cáries. As principais causas deste desequilíbrio são a falta de higiene oral e a existência de uma dieta desequilibrada.

Para prevenir o aparecimento de cáries, entre os seis e os doze meses, deve-se limpar os dentes da criança, preferencialmente, com uma compressa. A partir desta idade, regra geral, a criança já consegue manusear a sua própria escova de dentes (sem usar dentífrico ou usando um dentífrico sem flúor). A partir dos 24 meses a criança já consegue usar pequenas quantidades de dentífrico sem o engolir e, pouco a pouco, deve ser-lhe incutido o hábito de escovar os dentes depois das refeições.

Fornecer um suplemento de flúor (se necessário)
Os suplementos em flúor estão disponíveis em comprimidos ou em gotas. Podem ser dados à criança desde o nascimento do primeiro dente até cerca da altura em que a criança começa a ter uma alimentação semelhante à dos adultos (catorze meses).
Se as águas do concelho não forem (como acontece frequentemente, existindo diversos estudos que defendem as vantagens da não fluoretação das águas) enriquecidas com flúor, há quem aconselhe manter o suplemento de flúor até à adolescência.


Dadas as preocupações com a utilização abusiva do flúor, que acabam por ser reforçadas, na minha perspectiva, pela circular informativa do Infarmed, torna-se fundamental perceber quais os melhores procedimentos a tomar.

Assim, apresentam-se duas vertentes de actuação. A primeira, incide particularmente na higiene oral, desde muito cedo, e num controle da dieta alimentar de forma a assegurar que obtemos todos os nutrientes, minerais, etc, necessários, de forma equilibrada, não havendo necessidade de recorrer à utilização de pastas dentífricas fluoretadas ou à suplementação de flúor e inerente vigilância da sua utilização. A segunda, baseia-se numa boa higiene oral recorrendo, no entanto, à utilização de dentífricos fluoretados e/ou à suplementação de flúor.


Nota:
- Depois do esmalte dos dentes estar completamente formado a fluorose dental não se pode desenvolver mesmo se ingerido excesso de flúor.
- Boa parte dos medicamentos destinados às crianças são açucarados, pelo que devem ser administrados antes da lavagem dos dentes.


Os dentífricos Urtekram são isentos de flúor:

Dentífrico para Criança

Dentífrico de Aloé Vera
Dentífrico de Árvore do chá
Dentífrico de Eucalipto
Dentífrico de Funcho
Dentífrico de Menta
Dentífrico de Menta e Chá Verde

Fontes:

www.ada.orgwww.infarmed.pt
http://jorgeroriz.wordpress.com/toxidade-do-fluor/
www.spemd.pt

2 comentários:

clinicadomarques disse...

Um artigo muito completo e esclarecedor sobre a higiene oral e o flúor para adultos e para os que já são pais.

rita c disse...

Boa tarde "clinicadomarques",

Agradecemos, desde já, o vosso comentário.
Procurámos sempre disponibilizar a melhor informação possível, pois acreditamos que uma pessoa informada fará uma escolha acertada!

Caso necessitem de algum esclarecimento adicional, não hesitem em nos contactar.

Cumprimentos,
A equipa Rita C